Calma, antes de berrar, espernear, chamar os meios de comunicação e começar a procurar uma forma de entrar em contato com as organizações mundiais que defendem as causas da natureza, saiba que pesquisadores canadenses fizeram exatamente isso. De propósito.

Calma, eles não ficaram loucos. Foi com a melhor das intenções.

Procederam dessa forma para proteger futuros ecossistemas de água doce contra vazamentos de óleo.

Continua não entendendo nada, né?

Vamos às explicações...

No começo de junho deste ano, os estudiosos despejaram betume (líquido viscoso extraído da areia e transportado em oleodutos que atravessam parte do território) em uma superfície delimitada da Área de Lagos Experimentais do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável. 

Desde então, trabalhando em um grande laboratório a céu aberto, em uma espécie de tubo de ensaio gigante – instalado no lago no qual foi montada a estação de pesquisa – os cientistas têm estudado os impactos físicos, químicos, biológicos e toxicológicos do betume em organismos de água doce (desde os minúsculos plânctons até sapos e peixes).

É o primeiro estudo do gênero realizado no Canadá e uma grande oportunidade para os cientistas conseguirem responder questões que podem ajudar a proteger, no futuro, os lagos da região, quiçá do mundo.

Quais questões são essas?

Algumas como: o que acontece com o betume derramado nos ecossistemas de água doce? Onde ele vai parar? Qual o processo de limpeza mais seguro e eficaz? A técnica tem de ser diferente da usada, por exemplo, em casos de vazamento de petróleo bruto convencional?

Viu? Calma! Trata-se de um “acidente ecológico programado e assistido”.

É a Ciência usando a natureza como laboratório para saber como agir, no futuro, diante de desastres reais e de grandes dimensões. 

Pode respirar aliviado (a) aí! 

[Fonte: G1 // Natureza]